Ter, 26 de setembro de 2017, 16:05

Setembro Verde no HU valoriza importância de doar órgãos
Campanha nacional foi debatida no Hospital Universitário

A Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (Cihdott) do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS) reuniu nesta terça-feira, 26, diversos profissionais de saúde, estudantes e o público em geral para tratar do tema abordado durante o Setembro Verde, mês consagrado para simbolizar a Campanha Nacional para a Doação de Órgãos e Tecidos.

Um ciclo de palestras no auditório do HU-UFS trouxe nomes renomados nesta área, a exemplo do presidente da Cihdott do hospital, o cirurgião Antônio Júnior. “O Setembro Verde é o mês em que a gente intensifica os eventos sobre a doação e transplante de órgãos. É muito importante que essas ações sejam veiculadas pela mídia, para que as pessoas tenham informações corretas, pois um dos objetivos do nosso trabalho é tentar sensibilizar a população para essa causa”, apontou o cirurgião.

Para ele, o principal motivo para a não efetivação da doação de órgãos e tecidos ainda é a recusa familiar. “É extremamente importante que, uma vez diagnosticada a morte encefálica do potencial doador, a família manifeste a vontade de doar o órgão. Caso isso não aconteça, os órgãos serão enterrados ou cremados e, infelizmente, várias pessoas que estão na lista esperando por um transplante podem morrer”, complementou o médico.

A opinião do médico foi corroborada pelo coordenador da Central de Transplantes de Sergipe, Benito Fernandez, que lembrou que, se todos os órgãos estão viáveis, podem ser retirados para doação. “Quanto mais rápida for a decisão da família sobre a doação, melhor para quem recebe, pois a ênfase do Ministério da Saúde é no doador cadáver, pois, se a família decidir não doar, aquele corpo será sepultado e os órgãos serão perdidos. Só para ter uma ideia, em Sergipe, temos atualmente 187 pessoas aguardando por uma córnea e uma pessoa aguardando por um coração”, pontuou Benito.

Continuidade

O III Ciclo de Palestras sobre Doação de Órgãos e Tecidos do HU-UFS teve ainda a participação do médico Yhokenn Karlo, da equipe captadora de órgãos em Sergipe. Ele falou sobre diagnóstico de morte encefálica.

“As causas da morte encefálica são basicamente vascular, traumatismo crânio encefálico, tumores intracranianos, encefalopatia anóxica, encefalite viral ou bacteriana fulminante e intoxicação, mas o diagnóstico final segue várias etapas, como a identificação dessa causa, o afastamento de causas reversíveis de coma, os exames clínicos, que devem ser feitos por mais de um médico, e o exame complementar. Só após essas etapas é que podem ser iniciados os procedimentos para doação, inclusive a entrevista familiar”, explicou Yhokenn.

O tema Entrevista Familiar foi abordado pelo enfermeiro Luciano Viana. “Existem vários aspectos que têm impacto sobre doar ou não doar, e um deles é justamente a entrevista familiar. Alguns fatores podem facilitar ou dificultar essa doação: a assistência dispensada à família e ao potencial doador; o esclarecimento dos familiares quanto à morte encefálica; a linguagem utilizada pelo entrevistador e o estado emocional dos familiares são apenas alguns desses fatores”, esclareceu o enfermeiro.

Outras ações

O III Ciclo de Palestras sobre Doação de Órgãos e Tecidos foi encerrado com a palestra Transplante Renal, do médico nefrologista Douglas Rafanelle. “O transplante renal é indicado para pessoas que tenham insuficiência renal crônica e que não tenham contraindicação para realizá-lo. Existem várias vantagens, como a liberdade de não precisar estar várias vezes por semana passando por uma hemodiálise. Além disso, normalmente o paciente tem uma maior sobrevida e uma qualidade de vida melhor”, resumiu.

Além do ciclo de palestras, no decorrer da semana, a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos do HU-UFS realizará campanhas internas de conscientização em vários ambientes do hospital.

Unidade de Comunicação Social do HU


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